13 de jan. de 2010

O SÍNDICO - o cuidador de muitos


Foi-se o tempo em que o síndico era apenas um administrador de problemas em condomínios. Atualmente, são tantas as suas funções que muitos estão se profissionalizando. São responsáveis por obras, por funcionários, por impostos, pela segurança, pela manutenção e por reformas, pelas pragas nos jardins, pelas exigências legais inclusive das calçadas.
Uma queda na calçada pode gerar um processo contra o proprietário. Ressaltos, buracos no piso não devem existir. Trancar um salto ou tropeçar não devem ocorrer por falhas em passeios públicos.
Atrás da antiga figura "sisuda" que metia medo nos pequenos arteiros, o novo síndico é aquele que pensa tanto no conforto de um idoso como no de uma criança ou de uma grávida. Deve ser capaz de dialogar para achar pontos comuns e integrar. Escutar e ponderar. Então, precisa estar preparado e, não estando, buscar apoio de outros profissionais que possam lhe dar suporte.
Síndicos - com seu trabalho - passaram a ser cuidadores de pessoas. Cuidam de lugares onde as pessoas transitam, convivem e usufruem. Onde as pessoas podem ganhar saúde ou se machucarem. Quando estão melhorando as condições de acessibilidade, por exemplo. Um apoio, a fita adesiva nos degraus da escada, os corrimãos, a iluminação ou outro elemento que os órgãos públicos exigem, são importantes. O condômino até se irrita porque está mexendo nas suas finanças. Mas atrás de uma exigência pública, está frequentemente um cuidado com o ser humano.
Cuidar do edifício é também cuidar de um patrimônio coletivo. Edifícios têm vida como as pessoas. Se não são cuidados, maiores os custos futuros. Daí a importância também da manutenção.
Uma pintura por exemplo é como a pele de uma pessoa. Sem ela, perdemos a proteção contra vírus e bactérias. Mesma coisa é com as fachadas dos prédios. Um furo, uma fissura, uma tinta descascada, uma pastilha que caiu, todos são sinais de que é preciso investir para proteger o restante.
Mudar, reformar são também importantes. Valorizam o imóvel. Mas nunca sem um profissional pois sem ele, não existem garantias. E é preciso pensar antes de tomar decisões. Quando são feitas modificações nos espaços coletivos, interfere-se no comportamento dos moradores. As pessoas são singulares e podem levar tempo para compreender e aceitar mudanças.
Um condomínio bem administrado é também aquele onde os espaços são utilizados com segurança. Uma fratura num idoso é grave, um brinquedo no playground que não está bem fixado pode causar uma lesão grave, um porta pesada demais para abrir exige um esforço que algumas pessoas não podem mais fazer: são muitos os detalhes que, sem argumentação adequada, podem ser decididos em reuniões de condomínio e não serem a melhor solução.
Ouvir os moradores e ter argumentos é fundamental. Daí a importância do profissional que, além da visão tecno-construtiva e funcional, saiba do comportamento dos condôminos nos espaços, o que significa ter a compreensão do ser humano, suas percepções e suas necessidades individuais dentro de um olhar coletivo. Ninguém está livre de uma cadeira de rodas. Pensar além, planejar reduzindo riscos é ter visão de futuro, é para síndicos, que são também cuidadores.

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