tag:blogger.com,1999:blog-63289359826444487092024-03-13T16:36:38.956-03:00SANA ARQUITETURAVeja mais! www.sanaarquitetura.arq.brMarilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.comBlogger18125tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-53816400235700743522015-05-13T20:55:00.001-03:002015-05-13T20:56:04.024-03:00E OS USUÁRIOS DAS CALÇADAS? ACESSIBILIDADE = DIREITO DE CIDADANIAHá muitas décadas atrás, havia uma sapataria promissora na Rua das Flores[1] - que sempre tinha serviço. Na calçada em frente, havia um buraco escondido por um pequeno taco de madeira. Raro o dia em que alguém ao passar não tropeçasse e se dirigisse ao esperto sapateiro para trocar o saldo na hora. Um dia, houve denúncia e a fiscalização mandou fechar o buraco. Se fosse hoje, haveria uma clínica de traumatologia bem pertinho, não?<br />
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Pedra portuguesa, ladrilho hidráulico, basalto irregular ou regular, lajes de grês: os revestimentos das calçadas de Porto Alegre são de vários tipos e contam a história da cidade. Tempos de vida diferentes, custos diferentes, resistências diferentes, marcando épocas, modelando vastas áreas urbanas. Nem sempre são os mais antigos que se encontram mais deteriorados. Qualquer passeio, além de sofrer ação do tempo, de obras civis, da manutenção de redes urbanas, do uso, sempre depende do proprietário, responsável legal pela sua manutenção. Do jeito que se encontram hoje, os passeios devem ser cúmplices de traumatologistas, e sapateiros novamente. Ontem mesmo, numa visita ao Shopping Total, um rebaixo existente devido a uma tampa de concreto de uma caixa de inspeção provocou uma torção no pé de um amigo. A dor foi horrível, mas depois passou... Sorte dos proprietários.<br />
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Quanto se perde ao torcer um pé devido a um trecho com desnível inadequado ou sem marcações? Existem riscos a cada instante e com os pés não se brinca. Temos o direito a nos locomover em calçadas niveladas e bem construídas, com rampas e barreiras quando necessário. Devem oferecer segurança, ser visualmente marcadas e sem reentrâncias ou saliências. <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglF3OlhWCmJOyx3R2oEjNQ3dBdpur9sPNrZBhtWcCoebBKUiKYZkyF1KHHxjprQlMG-eNX2V10xvilf8FDIQqG4uR0s6M-5nLA4GsEdeuL7Bk41Zh9iwpFYTODXKVbt4Z4csSSo_-9-pA5/s1600/DSC00005.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglF3OlhWCmJOyx3R2oEjNQ3dBdpur9sPNrZBhtWcCoebBKUiKYZkyF1KHHxjprQlMG-eNX2V10xvilf8FDIQqG4uR0s6M-5nLA4GsEdeuL7Bk41Zh9iwpFYTODXKVbt4Z4csSSo_-9-pA5/s320/DSC00005.JPG" width="240" /></a></div>
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Todo proprietário deveria fazer sua parte: preencher vazios com cimento e areia, rebaixar ressaltos, facilitar o acesso com marcações. <br />
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O Código de Posturas, de Porto Alegre é de 1972 e quem conhece o seu teor? Lá está escrito de quem é a responsabilidade pelas calçadas e por outras tantas coisas urbanas. Vale a pena ler. Tanta coisa que foi deixada pra lá... Será que décadas atrás, os cidadãos eram mais conscientes de suas obrigações?<br />
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Hoje, é tempo de pensar nos riscos dos proprietários também. Que tal indenizar um usuário que machucou o pé? Bateu a cabeça? Ficou incapaz? Se a Prefeitura notificou o proprietário e ele não corrigiu os defeitos no passeio, ele terá sérios problemas. Mas se a Prefeitura não fez a sua parte, ela será co-responsável. Os tempos são outros. Muito a civilização teve que andar para chegar onde está e o usuário da rua se encontra mais cônscio de seus direitos. <br />
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De tempos em tempos, os proprietários dos prédios, responsáveis pelas calçadas, são acionados. Não se sabe com quais critérios a escolha do bairro vem sendo foi. Anos atrás, no Bairro Santana, houve multa para quem não deixasse tudo em dia. Síndicos leram no jornal e mexeram-se, assim como os proprietários de casas. Foi um surto coletivo... Depois, do jeito que ficou, ficou. As calçadas que não foram consertadas continuaram com problemas... Mas, por que a fiscalização não autuou em outros bairros? Ainda existem muitas calçadas ruins na Azenha e Cidade Baixa, ladrilhos em péssimo estado nas avenidas Vinte e quatro de outubro e Independência. <br />
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Qualquer pessoa pode se machucar em pisos irregulares, peças soltas, saliências, barreiras... A acessibilidade, tema atual, deve ser vista como um direito de cidadania. Todo cidadão tem o direito de andar sem perder o salto do sapato em reentrâncias, sem tropeçar, bater em alguma coisa ou escorregar e se machucar. Direito dos usuários das calçadas. Por que não? <br />
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No site da CEPAM - SP[2], você poderá encontrar a nova NBR 9050 em versão preliminar. Um trabalho avançado. Mas para você ter certeza de sua importância, alugue uma cadeira de rodas e faça um passeio pelas calçadas, percorrendo rampas, faixas de segurança em quaisquer três quadras da cidade. Descubra o motivo pelo qual você não conseguiu atravessar a rua, causas de tanto esforço ao se deslocar, observe-se, imagine-se um deficiente físico. Caminhe pela cidade em bairros de qualquer classe, levando consigo um carrinho de compras ou uma mala com rodinhas. Você vai se surpreender. Antes disso, olhe bem a sua calçada, imagine o que um deficiente visual faria, como uma pessoa idosa se apoiaria, e faça a sua parte. Descubra qual foi o critério para a implantação de um rebaixo de meio-fio, rampa de acesso a cadeirantes ou portadores de carrinhos de mão? Ninguém está livre de ficar incapaz, mesmo que temporariamente. Já envelhecer...<br />
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Faça esta experiência, leve junto os amigos, filhos. Nada como uma vivência para perceber que burlar a lei, é bater na própria cara.<br />
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<span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p> </o:p></span><br />
<span style="color: red; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-size: large;">Marilice Costi</span> é arquiteta e urbanista, editora da
revista O Cuidador. www.ocuidador.com.br</span>
<br />
<div style="mso-element: footnote-list;">
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<hr align="left" size="1" width="33%" />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<a href="https://draft.blogger.com/editor/static_files/blank_quirks.html#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="font-size: x-small;"> Atual avenida Julio de
Castilhos.<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<a href="https://draft.blogger.com/editor/static_files/blank_quirks.html#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="font-size: x-small;">
http://www.cepam.sp.gov.br/v9/nbr9050/<o:p></o:p></span></span></div>
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Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-56931658576014113612012-03-04T01:54:00.000-03:002012-03-04T01:54:56.674-03:00COMO PENSAR UM PROJETO PARA A COMUNIDADE!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCfHjZffI18tFKnEsJsWJvnDOFqT_ThACLapOuujBRc14di-ZYKb-YE-c8Up0-y9jV-_zq_SxRwW8L_0uRzJJkA3GoS9mr8kIm0pUB_HUGLOwg2k5hj3qU0Al1qsTAipYV7_ZFSBsX4_Kg/s1600/Vicente+del+Rio-+Introdu%C3%A7%C3%A3o+ao+Planejamento+Urbano_S%C3%A3o+Paulo_PINI-1990.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCfHjZffI18tFKnEsJsWJvnDOFqT_ThACLapOuujBRc14di-ZYKb-YE-c8Up0-y9jV-_zq_SxRwW8L_0uRzJJkA3GoS9mr8kIm0pUB_HUGLOwg2k5hj3qU0Al1qsTAipYV7_ZFSBsX4_Kg/s320/Vicente+del+Rio-+Introdu%C3%A7%C3%A3o+ao+Planejamento+Urbano_S%C3%A3o+Paulo_PINI-1990.JPG" width="320" /></a></div>In: DEL RIO, Vicente. Introdução ao Planejamento Urbano. São Paulo: PINI, 1990.Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-13597205666408526912011-08-21T16:59:00.002-03:002011-09-02T20:34:20.956-03:00EU AMO, EU CUIDO! - Marilice Costi<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib3IXUqzXZbi_ayTwQptp56HbP3W-28OVFoWycUp52xRr7LiDb2siB5xkxSSI6dR1-hNPxo1NOYqsrzzINThqi5YMRt47qDm2uzqDwdC69e8ATu64SFqubeS8Io8tat33KFRSFCZfyWZFI/s1600/Eu+curto.+Eu+cuido..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="205" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib3IXUqzXZbi_ayTwQptp56HbP3W-28OVFoWycUp52xRr7LiDb2siB5xkxSSI6dR1-hNPxo1NOYqsrzzINThqi5YMRt47qDm2uzqDwdC69e8ATu64SFqubeS8Io8tat33KFRSFCZfyWZFI/s320/Eu+curto.+Eu+cuido..jpg" width="320" /></a></div><br />
Sábado. Primeiro cuidar de si. Ao seguir para a academia, percebo o meu bairro, considerado junto com o Bom Fim, bairro de Bem Viver na Reunião de Bairro coordenada pela UNESCO com vistas ao V Congresso da Cidade de Porto Alegre. Orgulhosa de ser, decido assumir a minha parte no meu lugar, o espaço ao qual nos vinculamos afetivamente. Sou desses dois bairros há quase 40 anos. <br />
Ontem, ventou e choveu, mais ventou. Há galhos de árvores pela rua e à minha frente no passeio vejo sacos de lixo cheios e vazios carregados pelo vento a seguirem para os bueiros. Lastimo não ter trazido uma sacola de casa. Junto dois em bueiros e os cheios defronte a condomínios antigos da década de 70. Meu cérebro linca com a palestra do Prefeito de Bogotá, a questão da cidadania. Sou portoalegrense e preciso fazer minha parte. Mesmo sem luvas, vou tirar aquilo da calçada: é quando percebo matéria orgânica misturada com matéria reciclável, o peso! Aqui e ali, amasso com os pés as caixas de leite e coloco nas lixeiras pequenas colocadas no passeio no ano passado. Olho para o céu e percebo uma peça despencando da fiação. Páro, como faria meu pai, e busco alguém perto. Uma moça! Deve ser moradora. Ela me diz que cansou de pedir. Que eles vêm, amarram com arames e logo rompem, tudo se repete. Observo que aquilo deve ser das múltiplas redes que poluem nosso ar, as NETs. Um lixo no ar? Reclame novamente, pedi. Isto poderá cair na nossa cabeça. Já vi tudo? Catadores dentro dos novos containers, moradores de rua futricando em busca de latinhas...e comentários: tem gente dormindo dentro e é por isso que as ruas estão ficando vazias! O caminha leva! Quem vai se dar conta deles? O imaginário urbano? <br />
Respiro fundo e entro na farmácia onde conto minhas peripécias aos atendentes. Ganhei interessados no V Congresso? Atravesso a rua e comento com um vizinho que nunca falei. Ele está desalentado: o caminhão recolhe o lixo seco dos vizinhos e não leva o meu. Daí, os moradores de rua estraçalham os sacos na minha calçada e tenho que limpar! Então, agora misturo tudo e coloco dentro do container. Mas senhor Alexandre, ligue para o 156. Faça sua queixa! Não adianta, arguiu, cansei deles. A credibilidade pública! Repito e nada de convencê-lo. E ele ainda diz: veja, o container está na frente do bueiro, não deveria! Olha ali, empurraram para cá, colocaram lá! <br />
E a seguir as latas de tintas enferrujadas (as mesmas há anos!) na esquina. A falta de fiscalização foi apontada naquela reunião! Fazer cumprir a legislação! Adiantaria punir?<br />
O meu andar vai ficando quixotesco. Um homem mexe em muitos sacos de lixo na pracinha. Lembro do deficiente mental que rasgava sempre os sacos de lixo na praça. Pergunto se foi ele quem colocou aquele saco no meio do canteiro gramado. Não fui! sentiu medo. Ali há uns quatro quilos de ossos, provavelmente retirados da grande lixeira, um chamariz aos cães. Não levo o assunto adiante e coloco no container. Acho bom que, ao mover há sistema hidráulico, que reduz o esforço para abri-lo. E começo a amar essas coisas que limpam meu bairro! E penso que tudo foi coisa de escolha de cabeça muito bem pensada! Quem não produz lixo? <br />
Lembrei a infância em Passo Fundo e meu pai a dizer: falta educação no povo! As escolas! E estimular o sentimento de pertença: amo este lugar, estou aqui!<br />
Tive vontade de conversar com todos os vizinhos, de bater de porta em porta... . Quem me acompanharia? Afinal, ser cidadão não é esperar que os outros façam tudo!<br />
E eu iria longe com o encadeamento de estímulos urbanos à minha memória. Cuidar da cidade é também cuidar de mim! Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-49538527685019111392011-07-24T22:30:00.000-03:002011-07-24T22:30:45.989-03:00DOS DESASTRES E O PAPEL DO ARQUITETODiante dos recentes acontecimentos que destruíram e continuam a destruir sonhos, roubaram milhares de vidas de cidadãos de diferentes classes sociais nas cidades serranas do Rio de Janeiro e, diante do silêncio dos arquitetos - especialmente os acadêmicos, em período de férias - aos problemas "mundanos", compartilho uma reflexão incômoda e que tem a ver com a discussão sobre o papel ativo dos não-humanos no coletivo urbano.<br />
A mensagem foi inspirada em matéria recebida de uma amiga, de autoria do professor titular da Faculdade de Saude Publica da USP, Paulo Capel Narvai, relacionada aos recentes e estarrecedores episódios.<br />
Diz Narvai que o "indivíduo sem alternativa, que compra e entra onde não pode", que se relaciona com as políticas públicas de habitação, e aos planejamentos (sic) urbano, rural e regional que são tratados como coisa de particulares... ", assim como a frase: "é meu e ninguém tem nada a ver com isso... ". As <em>possibilidade</em>s das <em>pessoas despossuídas,</em> sua luta pela sobrevivência e quando "as necessidades são imediatas e as decisões são movidas por desejos, vontade de resolver o problema de cada um, de cada família..." São questões que transcendem as necessidades e os interesses pessoais ou familiares. <br />
Por sua relevância social, essas questões são (ou deveriam ser) de interesse público. As pessoas não se amontoam em lugares insalubres, de risco, porque querem; elas o fazem porque as políticas e ações públicas de habitação e de ocupação e planejamento territorial, em lugar de atender os interesses das gentes, são feitas para atender os interesses econômicos de determinados e restritos grupos. Os interesses das pessoas são coisas aparentemente <em>sem importância.</em><br />
O planejamento e a ocupação do solo urbano não atendem aos interesses do coletivo urbano, que reúne atores humanos e não humanos. É desnecessário argumentar que a chuva, a lama e as pedras têm sido, ao lado dos políticos, lideranças, moradores e visitantes locais, protagonistas ativos desta <em>tragédia coletiva no Rio de Janeiro.</em><br />
O processo de urbanização (ou desurbanização?) privilegia os interesses de setores da sociedade que, em geral, financiam as campanhas dos políticos em troca da aprovação de "leis tolerantes com ocupação de áreas tecnicamente não recomendadas para uso de habitação", e servem para abastecer os cofres desses grupos. Prevalece a lógica do <em>já-que-pode-pra-ele-eu-também-quero-também-posso </em>de especuladores e construtores (alguns são arquitetos) que <em>aplicam </em>parte de seus recursos para <em>mover vontades, quebrar um galho</em> aqui e outro ali e viabilizam um condomínio no pé da serra onde não poderia ser implantado.<br />
São os sócios daquela “Construtorona S.A." que, quando não conseguem aprovar leis que viabilizem seus negócios imobiliários, usam seus empregados para subornar funcionários públicos corruptos para que o negócio se viabilize. Um tipo de "capitalismo do cotidiano" que explora e "vende montanhas e mananciais..." e que decide as políticas de ocupação territorial e de urbanização.<br />
Fiel às suas raízes profissionais, a saúde pública relembra os esforços que redundaram nas políticas e ações urbanizadoras de sanitaristas como Oswaldo Cruz e Emilio Ribas, para erradicar os vetores das doenças tropicais que assolavam o Rio de Janeiro? Foi quando demolidam inúmeras habitações e alargaram ruas e avenidas, consideradas insalubres. Em Santos, foram contruídos canais para drenar a cidade.<br />
Será que algum dia os arquitetos e urbanistas terão direito e reconhecimento de voz nesses assuntos? A julgar pelo silêncio da classe, é pouco provável. Isso indica uma espécie de <em>direito divino superior</em> que, mais dia menos dia, deve <em>cair do céu</em>. Enquanto isso, continuamos, ao lado do mercado imobiliário a densificar e ampliar (ou destruir?!) nossas cidades, e no lado acadêmico a produzir belos e consistentes tratados e argumentos. Em comum, o descaso e o desconhecimento sobre as questões das gentes e do ambiente. Tais procedimentos me fazem lembrar uma frase cunhada em tom de brincadeira quando cursei o mestrado em conforto ambiental: "a ética é, cada vez mais, uma questão de ótica". <br />
Aqueles que questionam tais práticas são vistos como <em>chatos ou românticos</em> de dois matizes, - não necessariamente excludentes ou contraditórios -ou são socialistas que questionam o sistema, ou são ambientalistas que defendem o mato, os animais, os rios e os lagos, ou são ambos. <br />
A responsabilidade pela destruição dos sonhos, das casas, das vidas de milhares de pessoas e animais, e do patrimônio cultural e ambiental das cidades em lugares atingidos <em>não é um problema individual</em>. Sua solução não se resolve com ações setoriais. Não basta responsabilizar apenas os políticos como insistem jornais e emissoras de televisão de circulação nacional. É um problema que, com maior ou menor parcela, atinge a todos.<br />
A solução implica em rever os dogmas de uma economia feita de números e de lucro; em rever os limites do crescimento econômico e do crescimento físico das cidades e da população e as bases e fundamentos éticos de nosso sistema educacional. Implica ainda, em rever nossa cumplicidade com práticas do tipo <em>ilegal, e daí?</em> <br />
Como denunciou Schumacher no final dos anos 60 (<em>O negócio é ser pequeno</em>), "a expansão da economia destrói a beleza das paisagens naturais com edifícios medonhos, polui o ar, envenena os rios e os lagos. Mediante um condicionamento implacável, ela rouba das pessoas o seu senso de beleza, enquanto gradualmente destrói aquilo que há de belo em seu meio ambiente."<br />
O Rio de Janeiro, hoje mero arremedo de uma outrora Cidade Maravilhosa, submetido a um processo enfurecido de enfeamento e de destruição de sua natureza, que são - ou foram - a essência de sua região. A verticalização de sua orla marítima se assemelha a um tapume que esconde as suas belas montanhas. <br />
Enquanto não forem modificadas as relações entre os humanos e o ambiente (aqui entendido como o conjunto de animais, plantas, artefatos e natureza), esses problemas tendem a se agravar. A cada ano, as tempestades e fenômenos ditos naturais, tornam-se mais violentos e frequentes. Dito porque penso se tratar de uma rejeição ao processo de crescimento que resulta de uma relação letal de causa-e-efeito.<br />
Precisamos rever nosso entendimento de um mundo dividido em mente e corpo, interior e exterior, humanos e natureza, bom e mau, material e espiritual, ideias e realidade. Tudo isso se mistura em um coletivo que reúne os diferentes sujeitos (humanos e não-humanos) em uma rede complexa e dinâmica de relações. <br />
Conforme observa a economista verde Hazel Henderson, precisamos reconhecer que as diversas <em>crises</em>, inclusive essa calamidade da região serrana do Rio de Janeiro, "estão todas arraigadas na crise maior de nossa percepção estreita e inadequada da realidade" e que "a economia não é uma ciência; é meramente uma política disfarçada". A autora sugere que a <em>economia ecológica</em> terá de "entender como as atividades econômicas estão imersas nos processos cíclicos da natureza e no sistema de valores de uma determinada cultura."<br />
O problema da região carioca abalada não deve ser entendido como um problema dos <em>outros </em>(dos seus habitantes), ou como um problema do sistema de valores da região serrana. É um problema coletivo de escala global que afeta e ameaça a integridade e a vida em escala planetária, decorrente em grande parte da irresponsabilidade humana. Em uma biosfera global interligada, não existe <em>outro lugar</em> ou <em>outros interesses</em> (Henderson). <br />
Enquanto isso acontece em nossa volta e os alcaides do momento se ocupam de obras faraônicas e midiáticas – como o novo Museu (projeto de Calatrava), o Porto Maravilha, com a enésima reforma do Maracanã e as falácias sobre as obras dos jogos olímpicos de 2016 – nas Escolas de Arquitetura seguimos trabalhando com exercícios e temas de projeto tão <em>importantes e necessários</em> quanto uma casa de um filósofo em uma ilha deserta, tema que, segundo Abelardo de Souza, justificou a reforma do ensino de arquitetura implantada por Lúcio Costa em 1930.<br />
<br />
Mudanças? Só se um milagre cair do céu e nas mãos certas.<br />
<br />
<span style="color: blue;">Paulo Afonso Rheingantz é arquiteto, doutor e professor associado da FAU/UFRJ</span>Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-10422226083802748522010-12-11T11:50:00.000-02:002010-12-11T11:50:01.931-02:00TELHADOS VERDES E OS USUÁRIOSQuando lecionei na PUCRS, pesquisamos a "pós-ocupação" de ambientes com cobertura vegetal. São projetos muito complexos, exigem detalhes delicadíssimos de manutenção e condições econômicas de mantê-los. As pessoas precisam investir tempo, controle, pessoal, com o risco de patologias no interior e degradação. Um projeto assim precisa de especialista em clima, biólogo, arquiteto e engenheiro... talvez mais pessoas, mas com certeza uma equipe multidisciplinar.<br />
Os materias com vida, em climas úmidos, com ventos e ainda desastres climáticos como vem ocorrendo, não são seguros.<br />
Cuidar com o descartável a curto prazo. E analisar muito o entorno.<br />
Uma casa é para a vida da pessoa, uma escola, muito mais que uma vida ... e assim por diante.<br />
Espero estar contribuindo para uma discussão no blog<br />
<a href="http://www.oecocidades.com/2010/12/09/telhados-verdes-eles-vieram-para-ficar/">http://www.oecocidades.com/2010/12/09/telhados-verdes-eles-vieram-para-ficar/</a>Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-25325187115207933972010-07-16T21:03:00.004-03:002010-07-17T01:52:37.827-03:00APENAS UMA VOZ se levanta contra o DESCASO com o Patrimônio de Gramado/RS?<span style="color: #990000; font-size: x-small;"><strong><span style="font-size: large;">T</span></strong>enho certeza de que, dentro dos procedimentos normais de uma pessoa preocupada com a memória coletiva e os cuidados legais que envolvem um Patrimônio Histórico, artístico e cultural de uma comunidade, fiz o que deveria ter feito, ou seja, uma denúncia para o Ministério Público de meu município. Isto me faculta a lei, e creio que foi apenas este interesse, e nenhum outro, ouvido pelo Sr. Promotor, que resultou na abertura deste Inquérito Civil. Com o encaminhamento do assunto para profissionais nas áreas de Arquitetura Religiosa Histórica e Historiadores ligados ao Ministério Público, creio haver um olhar externo necessário para que esta obra não ocorra e o SÍTIO HISTÓRICO DA IGREJA MATRIZ SÃO PEDRO de Gramado tenha a valorização da fé e do trabalho de uma comunidade inteira que durante estes últimos noventa e tantos anos, tem construído pedra a pedra, a devoção dedicada ao Padroeiro São Pedro. Minha esperança primeira é de que o investidor financeiro deste empreendimento, Sr. MARCELO HEITING resgate este momento, revisando esta proposta que o faria um BENFEITOR de nosso patrimônio cultural.Seu nome tomaria um outro valor junto aos empreendedores que aqui aportam. Em segundo lugar, que a comunidade tivesse oportunidade, não de uma audiência pública, mas a um PLEBISCITO onde pudesse opinar e se responsabilizar pelos destinos deste espaço de interesse público. </span><br />
<span style="color: #990000; font-size: x-small;">Tenho recebido ajuda técnica de historiadores e pessoas ligas a igreja e ao patrimônio histórico do RS, bem como, diuturnamente, de pessoas de nossa comunidade. E quero deixar o convite para que se manifestem na imprensa, nas rádios, ao Ministério Público, comigo, de forma concreta e verdadeira, pois tenho certeza de que o pedido é correto e humano. Que existem muitos outros lugares para se investir em Gramado. Que a Diocese pode receber o que a nossa Igreja São Pedro deve, da mesma forma que o fez até aqui, contando com seus fiéis. Afinal, deve confiar mais neles. E por último, dizer que o Cine Embaixador pode permanecer por muitos anos ainda da forma que está, pois tem o tamanho e a medida de nossa comunidade que ali também, através de acionistas legais, mesmo minoritários, deram de si para que ele existisse. Tudo tem uma medida certa e não se pode soterrar o que nossos antepassados fizeram, pelo simples motivo de que a comercialização é necessária. </span><br />
<br />
<div style="text-align: center;"><span style="color: #990000;"><strong>Marilia Daros </strong></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-small;">(enviado para a imprensa e para nosso e-mail em 16/07/2010)</span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #990000; font-size: x-small;">Imagens de Marilia Daros</span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #990000; font-size: x-small;">A Casa Paroquial abaixo foi demolida.</span></div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBntQPxijrVvZy7F25P2AblhZIfyFtqtJaeKnGfUQMR71FIAKuOfzyn4Gsa0pQ6BfE1PerAkjtdGrdRTOh1nkxRsk50eUuj1RNWnf3o4tvmUpzhyphenhyphenN5IsrPh8GpBXH5pwbyFWtlGCkcclGX/s1600/DSC04496.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="138" hw="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBntQPxijrVvZy7F25P2AblhZIfyFtqtJaeKnGfUQMR71FIAKuOfzyn4Gsa0pQ6BfE1PerAkjtdGrdRTOh1nkxRsk50eUuj1RNWnf3o4tvmUpzhyphenhyphenN5IsrPh8GpBXH5pwbyFWtlGCkcclGX/s200/DSC04496.JPG" width="200" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN9-X-b8MutU6TDboChxLdXdy4_MdPDnZ0GbCv6QuzF_TXrr5O0Mkq9KsDO4MXgE-vhr4-XnB3rEI4ufx4HoI76VaAKKTEmTlsgwrS8SklX4ODObcb7ugXsrh7YU37-P6_Cw7v298Bmeal/s1600/DSC04656.JPG" imageanchor="1" style="cssfloat: left; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" hw="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN9-X-b8MutU6TDboChxLdXdy4_MdPDnZ0GbCv6QuzF_TXrr5O0Mkq9KsDO4MXgE-vhr4-XnB3rEI4ufx4HoI76VaAKKTEmTlsgwrS8SklX4ODObcb7ugXsrh7YU37-P6_Cw7v298Bmeal/s200/DSC04656.JPG" width="200" /></a></div>Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-32761493028877350612010-07-16T20:51:00.004-03:002010-07-17T01:53:14.690-03:00PATRIMÔNIO DE GRAMADO/RS EM RISCO! Participe da enquete!<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnw6HenebnjlC-yUt2vcbArM1pQz7kRHBKbJ5OBHbilMI1iwcBhpD15vz035ty7BBBJwlEcmFkEKI5xll221TAaO_ewFsC820IyZCPz1W10c3G_qS9Flb5Pbvm1Eqp21qkVa6SvpI4hifH/s1600/Imagem024.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" hw="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnw6HenebnjlC-yUt2vcbArM1pQz7kRHBKbJ5OBHbilMI1iwcBhpD15vz035ty7BBBJwlEcmFkEKI5xll221TAaO_ewFsC820IyZCPz1W10c3G_qS9Flb5Pbvm1Eqp21qkVa6SvpI4hifH/s320/Imagem024.jpg" width="320" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsqV2CrNLFJjjqB2QBx8eCImlEK-uNYb4aq5DE7Jrh7lXkmfoE2H8OH2oxY9mxRcCxTGX79cuoaj42-xKCpfiVfQMo2m2KEktWm9p2Ab0HMcuWDSPFtrf97nC2JOVflCvGzaaJUKgQIzZL/s1600/ANTES+DA+CONSTRU%C3%87%C3%83O+1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" hw="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsqV2CrNLFJjjqB2QBx8eCImlEK-uNYb4aq5DE7Jrh7lXkmfoE2H8OH2oxY9mxRcCxTGX79cuoaj42-xKCpfiVfQMo2m2KEktWm9p2Ab0HMcuWDSPFtrf97nC2JOVflCvGzaaJUKgQIzZL/s320/ANTES+DA+CONSTRU%C3%87%C3%83O+1.JPG" /></a></div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;">ANTES DAS OBRAS</span></div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: left;"><br />
</div><strong><span style="background-color: white; color: #cc0000;">15 de julho de 2010</span></strong><br />
<strong><span style="background-color: white; color: #cc0000;">Material enviado pelo Ministério Público para a imprensa local</span></strong><br />
<br />
A partir de reclamações da Sra. Marília Daros, conhecida historiadora deste Município, quanto a eventuais prejuízos ao Patrimônio Histórico e Paisagístico do Município, ocasionados pela revitalização do Paço da Igreja Matriz (Paróquia São Pedro), o Ministério Público tomou a iniciativa de ouvir o Pároco local – Padre Luiz Pedro Wagner, o qual compareceu na Promotoria de Justiça no dia 17/06/2010, acompanhado dos membros do Conselho Econômico e Administrativo da Igreja Gerson Aluísio<br />
Bergamo e Rosa Maria Thiele da Cruz, do Engenheiro responsável pelo projeto Ricardo Peccin e do Sr. Marcelo Heitting, que disse ser o investidor neste empreendimento – os quais também tiveram a oportunidade de se manifestar e foram unânimes em afirmar que a nova edificação não irá alterar em nada a paisagem e a edificação da Igreja. No mesmo ato, o Promotor de Justiça, Dr. Antonio Metzger Képes, solicitou lhe fosse encaminhado cópia das audiências públicas realizadas, audiências na Câmara de Vereadores, audiência com o Conselho do Plano Diretor e cópia dos projetos e documentos do imóvel. <br />
Após receber estes documentos, o que aconteceu na última sexta-feira, o Ministério Público ouviu a Sra. Marília Daros, a qual, com fundamentos e afirmando representar o que parte da população municipal pensa, reiterou entender que a Praça Matriz é de domínio público, e expôs a sua preocupação, em especial quanto a delimitação do espaço que será ocupado pelos estabelecimentos que irão se instalar no entorno da Igreja,<br />
inclusive com uso de mesas e cadeiras; a questão paisagística; mudanças na estrutura da Igreja – a qual se incorporou a o Patrimônio Histórico do Município; as reais delimitações do terreno da Mitra, podendo ou não atingir a Praça Major Nicoletti; a necessidade de ouvir a população especificamente quanto ao projeto a ser executado e vincular esta decisão a execução da obra – argumentando que tudo foi decidido de forma muito rápida; a necessidade de se respeitar o recuo da rua, na lateral onde se<br />
encontra uma padaria e um restaurante; e finalmente quanto a mercantilizarão do espaço público. <br />
Tendo em vista que os dois pontos de vista devem ser considerados, que cabe ao Ministério Público a defesa dos interesses sociais, entre estes o patrimônio paisagístico e histórico, e que a questão demanda conhecimentos especializados, o Promotor de Justiça instaurou o Inquérito Civil n.º 00782.00002/2010 e, dentro deste expediente investigativo, solicitou parecer, com urgência de um Historiador e de um Arquiteto da Divisão de Assessoramento Técnico do Ministério Público do Rio Grande do Sul.<br />
Esclareceu o Dr. Antônio Képes que o Inquérito Civil pode ser arquivado, evoluir para um Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta, ou para uma Ação Civil Pública – tudo dependendo do parecer técnico.<br />
<span style="color: #990000; font-size: x-small;">(enviado para a imprensa e para nosso e-mail em 16/07/2010 por Marilia Daros)</span><br />
<br />
<br />
Participe da enquete! Ao lado.Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-10758366271771209762010-07-04T19:59:00.011-03:002010-07-04T22:36:20.996-03:00Cais do Porto: Porto Alegre merece muito mais!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAHngMxR3nyiRyCssf0vrjrRO4uRaKf6DKYRz2G9Xj1MmxO7V45-Ow1D4J_we0rtsGNMc76X-oVMNIW-4EOuL3x6a1qZb0ntXtrYFlNhzMDXpilgPoDMUs8bajqic9oNcpiMZ8ew_K88Ve/s1600/Miami+Performing+Arts+Center.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" rw="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAHngMxR3nyiRyCssf0vrjrRO4uRaKf6DKYRz2G9Xj1MmxO7V45-Ow1D4J_we0rtsGNMc76X-oVMNIW-4EOuL3x6a1qZb0ntXtrYFlNhzMDXpilgPoDMUs8bajqic9oNcpiMZ8ew_K88Ve/s320/Miami+Performing+Arts+Center.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Imagem: Adriana Schönhofen Garcia - Miami 2010</span></div>Sou de Porto Alegre e moro em Miami há oito anos.Tenho mestrado em arquitetura pela Florida International University e sou professora universitária. Julgando apenas pelas imagens de ZH online, Porto Alegre está perdendo uma oportunidade única na sua história. A proposta de design do Cais do Porto deve ser feita através de concorrência internacional aberta a arquitetos no mundo inteiro, e não por tecnocratas desatualizados. É isso que Miami faz, não perderiam uma oportunidades como essa!<br />
Um grande nome da arquitetura internacional torna uma cidade mundialmente conhecida da noite para o dia. Antes mesmo de ser escolhido o projeto, só o processo de submissão de design já tiraria Porto Alegre do mapa. A arquitetura de excelência tem o poder de revitalizar economicamente uma região. Veja o caso de Bilbao e o museu do Guggenheim desenhado por Frank Gehry.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirXrM13mFGQ9-XP4e3Uhjjg_hfM_ZpOSMGM3ERHZQt0aPnZz1f35syaAjFxC-LDG_tmG6JsTjd8WVuw40aJXbdAByA-9TEfL52k1kh47TxY1haa78c9_JAtOzOJ6kzFfzyiYrWRFH1sIjJ/s1600/Miami+River+meets+the+ocean.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" rw="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirXrM13mFGQ9-XP4e3Uhjjg_hfM_ZpOSMGM3ERHZQt0aPnZz1f35syaAjFxC-LDG_tmG6JsTjd8WVuw40aJXbdAByA-9TEfL52k1kh47TxY1haa78c9_JAtOzOJ6kzFfzyiYrWRFH1sIjJ/s320/Miami+River+meets+the+ocean.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Imagem: Adriana Schönhofen Garcia - Miami 2010</span></div>O projeto proposto é fraquíssimo, tímido, conservador e o paisagismo é primário. As torres são cópias maquiadas do prédio do centro administrativo (CAFF - Centro Administrativo Fernando Ferrarri - RS). Simplesmente um desastre em termos de arquitetura de ponta.<br />
<br />
Uma concorrência de proposta de design pode ser feita em menos de dois meses, e POA teria o mundo inteiro de olhos no Guaíba. Centenas de propostas, as mais criativas estariam disponíveis. Envio abaixo dois links onde maiores informações podem ser obtidas em como organizar um evento desta natureza. Ainda há tempo de se corrigir o erro.<br />
Por gentileza repassar este email à Governadora. Ela precisa receber informação imparcial e saber que o projeto proposto está muito abaixo do nível de arquitetura atualmente proposta no resto do mundo.<br />
<br />
<span style="color: #990000; font-size: x-small;">* Adriana Schönhofen Garcia </span><br />
<span style="color: #990000; font-size: x-small;">Mestrado em Arquitetura pela Florida International University, Miami, FL</span><br />
<span style="color: #990000; font-size: x-small;">Mestrado em Engenharia pela UFRGS, Professora Universitaria de Arquitetura e Interior Design </span><br />
<a href="mailto:agarc026@fiu.edu"><span style="color: #990000; font-size: x-small;">agarc026@fiu.edu</span></a><br />
<br />
Abaixo segue a última concorrência internacional feita em Miami por um grupo independente. Concorrências similares são feitas pelos órgãos públicos.<br />
<a href="http://www.flickr.com/photos/dawntownmiami/sets/72157622692654720/">http://www.flickr.com/photos/dawntownmiami/sets/72157622692654720/</a><br />
<br />
<a href="http://dawntown.org/about/">http://dawntown.org/about/</a> <br />
organização responsável por essa concorrência - Dawntown Miami.Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-63057167707985970692010-05-26T00:28:00.006-03:002010-05-26T18:46:28.959-03:00Comprar imóvel? Antes consulte um arquiteto!<div style="text-align: justify;">Quando se pensa em adquirir um imóvel, há desejos projetados. O lugar (espaço vivenciado e afetivo) vai ser de nova vida e espera-se que com isso muita coisa mude. E muda mesmo? Sim, tive experiência na casa de diversas pessoas com filhos com problemas mentais. Como organizar os territórios necessários a cada um? Este é apenas um exemplo, porque em qualquer caso, é sempre importante consultar um profissional experiente. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O arquiteto compreende de que forma aquele espaço se comporta: se a insolação é a melhor, fazendo com que no verão não seja tão quente e no inverno menos frio; se os elementos que compõem a edificação são de qualidade, se possuem resistência térmica, boa acústica, estanqueidade, boa ventilação e iluminação... Se os pontos de luz são suficientes. Se há rede para o computador e, se é possível, instalar equipamentos na área de serviço e na cozinha. Despesas com vazamentos num futuro próximo? Há ventilação? Privacidade? Como manejar esquadrias e obter conforto térmico, e reduzir o consumo energético? A iluminação vai qualificar o ambiente? Relaxamento ou agitação? Quais cores?</div><div style="text-align: justify;">Existem patologias construtivas? São complicadas ou de fácil solução? Prevenir doenças num prédio, tratá-las ou evitá-las são itens importantes.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyr0qSrK3hWa_poWNWxbwB7q0fvSfmY9ZqtIp6zBDrF7MGmMOpZ_NOSi6vbrzr-MyJqDL4L4h1WIjDMx1rXM1naTnfpShLoucuMiVQhu7mrygfcOnRdEp3Ala0Gi46S05JFiYcLwYcwjrz/s1600/DSC00004.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gu="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyr0qSrK3hWa_poWNWxbwB7q0fvSfmY9ZqtIp6zBDrF7MGmMOpZ_NOSi6vbrzr-MyJqDL4L4h1WIjDMx1rXM1naTnfpShLoucuMiVQhu7mrygfcOnRdEp3Ala0Gi46S05JFiYcLwYcwjrz/s320/DSC00004.JPG" /></a></div><div style="text-align: justify;">Como a vida humana não tem preço, uma consulta médica raramente é questionada. O que ninguém pensa é que, se o ambiente não for adequado, seu morador pode adoecer, machucar-se. As pessoas não se adaptam aos ambientes. Os ambientes é que têm que estar de acordo com a sua necessidade. Então começam as despesas que não foram pensadas antes de fechar o negócio.</div><div style="text-align: justify;">O edifício pode ser visto como um ser vivo. Ele nasce, vive e morre. Precisa ser cuidado: a manutenção. A durabilidade tem a ver com muitas outras coisas. As paredes isolam? Há ventilação, visão para o exterior? Riscos de contaminação, ruídos, insolação inadequada?</div><div style="text-align: justify;">Ao adquirir um imóvel, o que a maioria das pessoas faz uma vez na vida, é fundamental uma consultoria técnica. Experiente e com sensibilidade, o arquiteto pode auxiliar muito. A consultoria é muito barata se compararmos com o valor do investimento e as despesas futuras com reformas. </div><div style="text-align: justify;">Qualquer casa deve possibilitar adaptações ao ser humano.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O arquiteto também pode auxiliar na distribuição do mobiliário de acordo com as necessidades individuais do morador. As pessoas têm suas peculiaridades e é fundamental que o profissional as oriente.</div><div style="text-align: justify;">Inclusive acerca do entorno do imóvel. Vegetação, vizinhança. Estamos dentro de um espaço urbano.</div><div style="text-align: justify;"><strong>E um alerta!</strong> Corretores mostram as maravilhas do "bem", o arquiteto vai mostrar estas e prevenir problemas: pondera sobre as vantagens e desvantagens daquela edificação. Se o sonho não poderá ser pesadelo!</div><div style="text-align: justify;">Solicite sua opinião. Até porque poderá alterar o preço na hora da negociação, para menos! </div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;">Adquirir sabendo o que se compra é um direito</span> do consumidor. E o arquiteto pode ser o grande aliado nesse processo. </div><br />
<span style="background-color: white; color: #990000;"><strong>Arq. Marilice Costi, MS. - 51 96542097</strong></span>Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-37328569234338524132010-05-05T21:02:00.003-03:002010-05-05T21:08:15.802-03:00RECALL para a Arquitetura Ruim?<span style="font-size: xx-small;">MONDAY, APRIL 19, 2010</span><br />
<span style="font-size: x-small;"><br />
<span style="font-size: small;"><strong>RECALL TO BAD ARCHITECTURE?</strong>Se um carro com defeito tem de ser consertado pela fábrica por colocar o passageiro em risco, por que erros de Urbanismo ou Arquitetura não podem ter o mesmo destino? Paredes cegas rente às ruas, elevados que causam enormes danos às comunidades ou mesmo a Carta de Atenas devem ser “recalled”. <br />
Começou como uma brincadeira de primeiro de abril mas torço para virar coisa séria, está na hora dos arquitetos e urbanistas calcularem em seus custos os riscos para a saúde e o bem-estar alheios.</span><br />
<span style="font-size: small;"><em>Fernando Lara</em></span><br />
<a href="http://parededemeia.blogspot.com/"><span style="font-size: x-small;">http://parededemeia.blogspot.com/</span></a><br />
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<span style="background-color: white;"><span style="color: #990000; font-size: small;">This is the great idea explained here by Jay Walljasper. If a car with a bad accelerator pedal needs to be brought back and fixed for potential risk, why not do the same with urbanism or architectural defects? Blind walls, wrong transportation schemes, even the Athens' Charter itself need to be recalled. It all started as a joke for April’s Fools day but why couldn’t it be serious? It is about time that architecture and urbanism factor in its costs the potential damage to everybody else in the city. </span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="color: #990000; font-size: small;"><em>Jay Walljasper</em></span></span><br />
<a href="http://citiwire.net/post/1904/"><span style="background-color: white; color: #990000; font-size: small;">http://citiwire.net/post/1904/</span></a></span>Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-55007928707785561792010-05-01T16:15:00.000-03:002010-05-01T16:15:29.836-03:00ARQUITETURA: o impermanente território no construir mundos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh74k3KLuvttTMzWp-WlCzfQz2PCtnK2nnbrH3tm5AV3ogTgMXeUHtQAIIKt5VRdxrTpiu8QpMLat7aRNC0Fvz7xFytQ8tGQZEbQTJm0QFic5QlZCCxd_mKlne8cHV64yGD1foy1aLEuOpG/s1600/2009+JANELA+Sta+Tereza+RJ+(32).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh74k3KLuvttTMzWp-WlCzfQz2PCtnK2nnbrH3tm5AV3ogTgMXeUHtQAIIKt5VRdxrTpiu8QpMLat7aRNC0Fvz7xFytQ8tGQZEbQTJm0QFic5QlZCCxd_mKlne8cHV64yGD1foy1aLEuOpG/s320/2009+JANELA+Sta+Tereza+RJ+(32).jpg" tt="true" /></a></div>As coisas da Arquitetura sendo impermanentes, tem que ser mutáveis com a capacidade de serem perenes. Explico: um casal novo, recém recebidos socialmente numa comunidade vão morar em sua pequena casa, branca, com cerquinha na frente. Se com o passar dos anos, os cabelos brancos vão aparecendo, a casa também deve começar a criar limo nas telhas, rachar as pedras da calçada... Os caules das roseiras estarão mais grossos ... mas ao mesmo tempo, observe a casa como um patrimônio comerciável: tal situação é totalmente depreciativa, pois poria prejuízo a possível transação comercial.<br />
<br />
Situações ambíguas como esta são impossíveis de serem previstas. Algumas pessoas gostariam de ter o seu canto parecido com elas mesmas; outras por sua vez, acham que uma residência com oito suítes é mais qualificada potencialmente em termos comerciais. Ou o que dizer de criar um espaço onde não existe cliente? É isso mesmo, o cliente é o menos interessado no seu próprio conforto. Não existe?<br />
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Um necrotério tem uma função toda especial com seus clientes. Ali o cliente não é uma condicionante em potencial, mas os que participam do cerimonial sim. Em contrapartida, os peritos que fazem necropsia têm uma ação por sobre o espaço do outro bem maior do que o “defunto”, embora a ação daqueles seja dirigida por este. Estranho não? Quando o homem saiu da caverna estava criada a moradia alternativa que se encerra no cemitério.<br />
<br />
Procurar sempre que a técnica construa mundos, nunca objetos inúteis a serem consumidos. Isto mesmo, consumir é transformar-destruindo, assim como a chama de uma vela que se esvai aos poucos. Contruir sem considerar o todo é separar a ação do pensamento e o pensamento da sensibilidade. É como decompor em partes sem considerar que um não existe sem o outro. Assim como não há um ponto no continuum de grandes aglomerações a pequenos agrupamentos ou habitações. Onde desaparece a urbanização e começa o rural, a divisão entre povoações rurais e urbanas é arbitrária. <br />
<br />
Quando o pensamento surge isolado, desconectado do social, a violência pode fabricar formas. Mas quando a matéria compromete a idéia, a mensagem brota como uma formosa flor, fresca, perfeita e necessária. Isolar a mente da matéria é viver na tática e na estatégia, no cálculo e na especulação, disfarces todos da violência. <br />
<br />
Arq. Osvaldo Pontalti - autorizada publicação, agosto 2009.Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-64172302678007789982010-04-24T20:58:00.002-03:002010-04-24T21:12:59.619-03:00Foi-se a querida ENILDA RIBEIRO!Não esqueço o dia em que fui à sua casa e ela comprou o meu primeiro livro de poesia, 1985. Com alegria, Enilda olhou com carinho e disse: Fico com ele sim. Veja aqui, Demétrio. E abriu a bolsa... <br />
<br />
Ela tinha um olhar profundo, mãos doces e delicadas e um gestual só dela. O jeito de se expressar. A voz sempre firme nos Encontros de Arquitetos. A presença no IAB-RS. <br />
<br />
Encontrei-a há alguns anos no Parque Farroupilha. Lembro bem. Falamos pouquinho. Ela queria voltar para casa, estava acompanhada, e entrou num táxi. Foi tão rápido... Eu queria um pouco mais de tempo com ela. Tanto carinho no seu olhar!<br />
<br />
Arquiteta que venceu o concurso que resultaria na construção do Colégio Júlio de Castilhos, um marco na educação em Porto Alegre, ela lutou pelos direitos humanos e sofreu com a ditadura.<br />
Arquitetos? Muito lhe devemos: a FAU. <br />
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Ela estimulava ideias novas e apoiava a gente (digo gente porque ela era de um humanismo inconfundível). Empatia e compaixão. Batalhadora. Um exemplo de mulher cuidadora dos espaços construídos, da arquitetura sustentável, da qualidade ambiental. <br />
Companheira de lutas pelos direitos dos arquitetos, pelo valor da profissão, pelas parcerias, pelo sindicato. <br />
<br />
Viva Enilda, agora ao lado do seu querido Demétrio Ribeiro. <br />
<br />
Obrigada por ter sido parte de minha vida. Feliz de quem conheceu você!<br />
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<strong>Marilice Costi </strong> é arquiteta, arteterapeuta e editora da revista O CUIDADOR.<br />
<a href="http://www.sanaarte.com.br/"><span style="color: magenta;">www.sanaarte.com.br</span></a>Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-31867446679784095602010-01-13T12:02:00.007-02:002010-01-13T12:48:00.569-02:00O SÍNDICO - o cuidador de muitos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh994WZillS7Uf6-jGGYCE692f4d5XyNDTLEgXRGoNf-uR7mfZl76dsTNx0PvdlGhZb2RfviI40j3jurdQ9u0kl8GiYHll3pAMoeUQez1ODDIX9UBoF0uOOoXp5Cbtb36upkKulqNSU6gAF/s1600-h/11.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 240px; FLOAT: right; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5426230888394556754" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh994WZillS7Uf6-jGGYCE692f4d5XyNDTLEgXRGoNf-uR7mfZl76dsTNx0PvdlGhZb2RfviI40j3jurdQ9u0kl8GiYHll3pAMoeUQez1ODDIX9UBoF0uOOoXp5Cbtb36upkKulqNSU6gAF/s320/11.jpg" /></a><br /><div>Foi-se o tempo em que o síndico era apenas um administrador de problemas em condomínios. Atualmente, são tantas as suas funções que muitos estão se profissionalizando. São responsáveis por obras, por funcionários, por impostos, pela segurança, pela manutenção e por reformas, pelas pragas nos jardins, pelas exigências legais inclusive das calçadas.<br />Uma queda na calçada pode gerar um processo contra o proprietário. Ressaltos, buracos no piso não devem existir. Trancar um salto ou tropeçar não devem ocorrer por falhas em passeios públicos.<br />Atrás da antiga figura "sisuda" que metia medo nos pequenos arteiros, o novo síndico é aquele que pensa tanto no conforto de um idoso como no de uma criança ou de uma grávida. Deve ser capaz de dialogar para achar pontos comuns e integrar. Escutar e ponderar. Então, precisa estar preparado e, não estando, buscar apoio de outros profissionais que possam lhe dar suporte.<br />Síndicos - com seu trabalho - passaram a ser cuidadores de pessoas. Cuidam de lugares onde as pessoas transitam, convivem e usufruem. Onde as pessoas podem ganhar saúde ou se machucarem. Quando estão melhorando as condições de acessibilidade, por exemplo. Um apoio, a fita adesiva nos degraus da escada, os corrimãos, a iluminação ou outro elemento que os órgãos públicos exigem, são importantes. O condômino até se irrita porque está mexendo nas suas finanças. Mas atrás de uma exigência pública, está frequentemente um cuidado com o ser humano.<br />Cuidar do edifício é também cuidar de um patrimônio coletivo. Edifícios têm vida como as pessoas. Se não são cuidados, maiores os custos futuros. Daí a importância também da manutenção.<br />Uma pintura por exemplo é como a pele de uma pessoa. Sem ela, perdemos a proteção contra vírus e bactérias. Mesma coisa é com as fachadas dos prédios. Um furo, uma fissura, uma tinta descascada, uma pastilha que caiu, todos são sinais de que é preciso investir para proteger o restante. </div><div>Mudar, reformar são também importantes. Valorizam o imóvel. Mas nunca sem um profissional pois sem ele, não existem garantias. E é preciso pensar antes de tomar decisões. Quando são feitas modificações nos espaços coletivos, interfere-se no comportamento dos moradores. As pessoas são singulares e podem levar tempo para compreender e aceitar mudanças. </div><div> </div><div>Um condomínio bem administrado é também aquele onde os espaços são utilizados com segurança. Uma fratura num idoso é grave, um brinquedo no playground que não está bem fixado pode causar uma lesão grave, um porta pesada demais para abrir exige um esforço que algumas pessoas não podem mais fazer: são muitos os detalhes que, sem argumentação adequada, podem ser decididos em reuniões de condomínio e não serem a melhor solução.<br />Ouvir os moradores e ter argumentos é fundamental. Daí a importância do profissional que, além da visão tecno-construtiva e funcional, saiba do comportamento dos condôminos nos espaços, o que significa ter a compreensão do ser humano, suas percepções e suas necessidades individuais dentro de um olhar coletivo. Ninguém está livre de uma cadeira de rodas. Pensar além, planejar reduzindo riscos é ter visão de futuro, é para síndicos, que são também cuidadores.</div>Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-32606723697262942392010-01-11T20:37:00.005-02:002010-01-11T21:15:46.419-02:00CASAS GERIÁTRICAS - CASAS DE REPOUSO - PENSÕES PROTEGIDASQuando as pessoas pensam em cuidar das outras precisam ter um lugar.<br />Um prédio novo ou um mais antigo? Qual a vantagem? Quem pode avaliar?<br />São pequenos detalhes que fazem a digerença. A sensibilidade do profissional, a experiência e a criatividade.<br />Contratar pessoas que não tem competência resulta em maiores despesas. Uma consultoria pode ser vantajosa. Contrate antes de alugar. Sai mais barato do que ter que depois reformar e gastar inclusive com coisas que poderiam ter sido previstas, planejadas. Um piso inadequado é problema posterior. E se alguém cair e se machucar? Responsabilidade de quem?<br />E a iluminação que favoreça a acessibilidade? Como fazê-la com baixo custo?<br />Onde devem existir barreiras? Apoios? Rampa?<br /><br />Quem vai exercer o cuidado deve saber que ali não é só uma pessoa dependente, mas um ser humano com sua singularidade. E deve também pensar nos seus funcionários. Afinal, sem eles, nada é possível.<br />Quais as necessidades dos moradores? Existe legislação que deve ser cumprida para obter alvará. E com um profissional "cuidadoso", o local poderá ficar lindo e fácil de manter.<br /><br /><strong>Arq. Marilice Costi,</strong><br />Mestre em Economia e Habitabilidade<br />Esp. Arteterapia (percepção ambiental)<br />editora da revista O CUIDADOR<br /><a href="http://www.sanaarte.com.br/">http://www.sanaarte.com.br/</a><br /><br />51 9654 2097Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-65749649876666943462009-11-28T12:07:00.011-02:002010-03-16T17:59:46.819-03:00O SÍNDICO E AS OBRAS EM EDIFICIOS<div align="justify"><strong><span style="font-size:130%;"><span style="color:#660000;">SANA</span></span></strong><span style="color:#009900;"><strong><span style="font-size:130%;">ARTE</span></strong> </span>promoveu curso dia 21 de novembro de 2009 com o Arquiteto Osvaldo Pontalti, Diretor Executivo do Instituto Politics (Brasilia),Conselheiro do CREA-DF, mais de 20 anos experiência. O evento ocorreu na sede do CREA-RS em Porto Alegre.<br />O palestrante <strong>Osvaldo Pontalti </strong>falou, com muita propriedade, sobre a importância do registro gráfico das obras que ocorrem em condomínios (as-built), a complexidade do trabalho do síndico e sua responsabilidade civil nas obras dos edifícios, a competência dos profissionais e das empresas em cada tipo de serviço na área de Engenharia e Arquitetura, os riscos nos contratos sem responsável técnico, a ART como garantia legal de um serviço, entre outros assuntos solicitados pela platéia, formada por síndicos, interessados e alunos. E disponibilizou seu e-mail para dicas em qualquer momento. </div><p align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnxDDEPiiY8lr3_Si7fF0u-v7PMj5srVQK7-bDh0QI07aLqppO7v1OrO06omoS2ScPYgmbEgEauj1h44J4dWMmpwUcqAtn57FQLoPria_Ma5czT01a38y2rQ-NDBiwqVVDXTefgt9Th9RR/s1600/CURSO_SINDICOS_POA_2009+OP4.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 240px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5409165598874201058" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnxDDEPiiY8lr3_Si7fF0u-v7PMj5srVQK7-bDh0QI07aLqppO7v1OrO06omoS2ScPYgmbEgEauj1h44J4dWMmpwUcqAtn57FQLoPria_Ma5czT01a38y2rQ-NDBiwqVVDXTefgt9Th9RR/s320/CURSO_SINDICOS_POA_2009+OP4.jpg" /></a><br />O evento contou com a valososa participação da Brigada Militar do RS, na palestra do Ten-Cel Alfeu Freitas Moreira, QOEM - Comandante do 9º BPM, sobre segurança em condomínios. Com o Eng. Maturino Rabello Junior, Chefe da Seção de Medição - Divisão de Instalações - DMAE esclarecendo sobre medidores, pontos de consumo e economia. </p><p align="justify"><br />Foi uma excelente oportunidade para contatos e consultorias. Estavam presentes as empresas: FOGOGAS, NACIONAL GÁS, CILI, GERBEL, IMEEL, ELETRICA PRATES expondo seus serviços e produtos. </p><p align="center">Apoio: CREA-RS, SAERGS, IAB-RS, Auxiliadora Predial, DMAE, Bombeiros. </p><strong><span style="color:#990000;">Aguarde a segunda edição do curso em 2010!</span></strong> <p></p><div align="center"><a href="mailto:eventos@sanaarte.com.br">eventos@sanaarte.com.br</a> </div><div align="center">solicite cadastro e informações do próximo evento. </div><div align="center"></div>Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-51592702029622361582008-02-26T18:28:00.002-03:002008-02-26T18:36:08.700-03:00NOTÍCIAS SOBRE O CENTRO DE SAÚDE MODELO!O Centro de Saúde, no dia de seu aniversário, recebeu um forro provisório na área central As informações é que será colocado forro de PVC "que durará cem anos" como disse o Vice-Prefeito no dia das festividades. O Sr. Prefeito Fogaça informou que a ARACRUZ irá fornecer todo o madeirame para refazer a estrutura do telhado.<br /><br />A monografia que relata a história de três centros de saúde do Rio Grande do Sul: Centro de Saúde 1 Navegantes, Cemtro de Saúde Modelo e o Centro de Saúde de Passo Fundo vai ser doada à Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.<br /><br />Oxalá, as entidades que cuidam de nosso patrimônio histórico façam o possível para preservá-lo. <br />Enquanto isto não ocorre, participe da votação pelo seu tombamento, nesta página ou faça um abaixo-assinado com 25 pessoas por folha A4 e encaminhe para o endereço constante no portal www.sanaarquitetura.arq.br.<br /><br />Arq. Marilice Costi, MS<br />22/02/2008Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-61277641714825177502007-10-22T19:27:00.000-02:002007-10-27T23:32:30.224-02:00CENTRO DE SAÚDE MODELO PEDE SOCORRO!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikYBuzMUblKzh5F9s5kYKEIxCcRbWZj8sZOarPun8tHYofHVy1APMldIz3qHwhOq2mPEkE-T9cEN_4bwQpME55DJLnM6CRXXzhYU7mUcIWA3Hjaa7O4OQSuufHupKU-b6wWgLRbbYhXFbm/s1600-h/centro+de+saude+1996.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5126192388037291362" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikYBuzMUblKzh5F9s5kYKEIxCcRbWZj8sZOarPun8tHYofHVy1APMldIz3qHwhOq2mPEkE-T9cEN_4bwQpME55DJLnM6CRXXzhYU7mUcIWA3Hjaa7O4OQSuufHupKU-b6wWgLRbbYhXFbm/s320/centro+de+saude+1996.jpg" border="0" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBir6NKsg2AJ7DAojDdBg-KSiEpaCXQRK5WZk7KaVR494IxkmBdq5lpa7sgck2CTLdpzEgK4l4Crnn7AudCPwprwA3PQPIltPqCvujIg9wAPOJcHaMUR7UHQYjpZS909KZPaDn-rZ-xKGY/s1600-h/centro+de+saude+2+1996+vista+Av+Joao+Pessoa.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5126192388037291378" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBir6NKsg2AJ7DAojDdBg-KSiEpaCXQRK5WZk7KaVR494IxkmBdq5lpa7sgck2CTLdpzEgK4l4Crnn7AudCPwprwA3PQPIltPqCvujIg9wAPOJcHaMUR7UHQYjpZS909KZPaDn-rZ-xKGY/s320/centro+de+saude+2+1996+vista+Av+Joao+Pessoa.jpg" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgymn4GsMVafOdC9vsfbobBTtgXBTfjBvLDaMHU8KWD0YbUsxlinDpW2mmkPrEBZVgQZLbo44FuOnM5ZE0CJsCCJoopTDgi0tgwNHKdGHVpdEmD04UML6SWGsTE-KdHs8pL_wTvN51ZDuja/s1600-h/CS2+PATOLOGIAS.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5124309391979939218" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgymn4GsMVafOdC9vsfbobBTtgXBTfjBvLDaMHU8KWD0YbUsxlinDpW2mmkPrEBZVgQZLbo44FuOnM5ZE0CJsCCJoopTDgi0tgwNHKdGHVpdEmD04UML6SWGsTE-KdHs8pL_wTvN51ZDuja/s320/CS2+PATOLOGIAS.jpg" border="0" /></a><br /><br /><div><strong><span style="color:#660000;">O CENTRO DE SAÙDE MODELO (2)</span></strong> registra a história dos cuidados com a saúde dos porto-alegrenses há quase 70 anos. Assim como o Centro de Saúde 1, foi construído na década de 1940. No início era para o controle da tuberculose e da varíola. Havia abreugrafia, salas de espera adequadas, laboratório, consultórios médicos, cozinha com preparo de mamadeiras os subnutridos que passaram a formar a população das favelas.</div><br /><div>Os Centros de Saúde representam muito para seus usuários e para toda a comunidade. O controle epidemiológico continua a ser feito ali e, além disto, há acupuntura, homeopatia, psicologia, pediatria e obstetrícia, cardiologia, psiquiatria, entre outros serviços prestados.</div><br /><div>O prédio é um exemplar do modernismo, com suas sacadas e escadaria em curvas, com esquadrias projetadas para adequada ventilação e controle térmico, de tipologia que repete as enfermarias cujo modelo seguia o dos palácios europeus no final do século XVIII. </div><br /><p></p><p></p><br /><div><strong><span style="color:#660000;">CONDIÇÕES ATUAIS DO CENTRO DE SAÚDE 2 </span></strong></div><strong><span style="color:#660000;"><br /><div></span></strong>O Centro de Saúde Modelo vem sofrendo com diversas reformas pontuais. Reformas que nem sempre estão de acordo com as normas federais exigidas para a área de saúde.Foram removidas paredes e há problemas de ventilação. Há dias que escorre água pelas paredes. As esperas continuam nos corredores. Corredores são áreas para circular o ar e as pessoas.No verão fica insuportavelmente quente e no inverno, é preciso fechar a porta e as janelas porque fica muito frio, não ventilando como deveria. Foi colocado um telheiro no interior para que as filas não aparecessem quando chegavam os remédios (que agora raramente chegam!). O telheiro tem acabamento de péssima qualidade. Há moscas nos consultórios durante o atendimento. Foram construídos banheiros alterando a volumetria no térreo, reformularam a área de ginecologia e homeopatia (divisórias sem adequado isolamento acústico). Há tubos de queda pluviais soltos há mais de três anos, infiltrações, revestimentos faltantes. As salas de espera com janelas para o exterior viraram consultórios.<br /><br />Apesar de ter melhorado devido às cores e à funcionalidade na recepção, à acessibilidade (rampa e elevador para PDDF) no primeiro pavimento; no segundo, há muitas portas com cupim, forro faltante em área próximo à escada principal, com divisória de madeira bruta sem qualidade e acabamento. A área sem forro está sem uso enquanto os pacientes aguardam nos corredores sem ventilação.</div><div></div><br /><div>O prédio merece ser cuidado por profissionais que valorizam o patrimônio histórico. Ao poder público, cabe administrar e reservar verbas para sua manutenção periódica, pois ali circulam milhares de pessoas por mês. O comportamento das pessoas é valorizar o que é cuidado e degradar mais o que não está em boas condições. Isto é do ser humano. Por isto, um lugar bem cuidado tende a ser mais cuidado.</div><br /><div>Por que a obra não foi terminada? O que virá a seguir? O que estava previsto no projeto? Como conseguir recursos para sustar a degradação?</div><br /><div>Por ser um edifício histórico e necessitando de cuidados especiais, o melhor a fazer é solicitar seu tombamento, o que deverá ser encaminhado juntamente à pesquisa feita no mestrado referente aos Centros de Saúde (dec. 40 e 50). </div><br /><div>Quem sabe assim cuidem dele de forma a integrar função e arquitetura? Entra governo e sai governo, é sempre o mesmo problema: não há verba e nem interesse público para manutenção. </div><br /><div> </div><div><br /><span style="color:#990000;"><strong>MARILICE COSTI, Arq. MS</strong><br />Centros de Saúde: uma arquitetura sobrevivente no RS</span><br /><span style="color:#990000;">Monografia elaborada noPrograma de Pós-graduação em ArquiteturaUFRGS - 1999</span></div></div>Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6328935982644448709.post-13209416211985342222007-10-09T21:21:00.002-03:002010-02-01T03:22:52.333-02:00JOSÉ ALBANO, descrito por Gibran<div align="right"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeQjcFI1dcinfWJGNzbE_0AWJNo-sNW1zvRD8aGLfDX3GAIBqqX3STrssOLaP2QCKqsV84UZNIR0FoU-_oQhFxHKu9FxzgkQRtyCj5T2S0us_8SJNQps4H7UhdMPQUth8zzk2xbRjsfXkM/s1600-h/albano+grupo+pf+acessibilidade.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5121378794059957330" style="CURSOR: hand" height="260" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeQjcFI1dcinfWJGNzbE_0AWJNo-sNW1zvRD8aGLfDX3GAIBqqX3STrssOLaP2QCKqsV84UZNIR0FoU-_oQhFxHKu9FxzgkQRtyCj5T2S0us_8SJNQps4H7UhdMPQUth8zzk2xbRjsfXkM/s400/albano+grupo+pf+acessibilidade.jpg" width="326" border="0" /></a><br /><em><span style="font-family:times new roman;font-size:78%;">O professor que caminha à sombra do templo, entre seus discípulos, não tem como dar a eles seus conhecimentos mas sim sua fé e seu amor.</span></em></div><div align="right"><em><span style="font-family:times new roman;font-size:78%;">Se é verdadeiramente um sábio, não convidará vocês a entrarem na mansão de seu próprio conhecimento mas, em vez disso, conduzirá vocês aos portais de suas próprias mentes.</span></em></div><p align="right"><span style="font-family:times new roman;font-size:78%;"><em>Kahlil Gibran</em></span></p><p align="right"><span style="font-size:85%;">Perdemos o querido amigo, professor e colega <span style="color:#cc0000;"><strong>José Albano Volkmer</strong></span><span style="color:#cc0000;">,</span> mais conhecido como Albano, mas que na verdade sempre foi José, um carpinteiro da democracia, da solidariedade, da luta incansável pelo nossopatrimônio arquitetônico e pela valorização da Arquitetura e do Urbanismo. Multiplicador de idéias, um agregador. Foi de rara delicadeza com tudo o que o cercava: pessoas e ambientes.</span></p><p align="right"><span style="font-size:85%;">Conheci-o na antiga SURBAM. Acolhedor, estimulador, facilitador porque como mestre, sempre apontava caminhos. Meu primeiro chefe. </span><span style="font-size:85%;">F</span><span style="font-size:85%;">oi uma de minhas experiências de trabalho mais marcantes. Seriedade, compreensão e afetividade eram naturais. Cedeu-me para a SPHAN, onde estava uma das meninas de seus olhos: as raízes do RS, o legado italiano e alemão, que naquela época não era ainda valorizado em seus conjuntos urbanos.</span></p><p align="right"><span style="font-size:85%;">Na Secretaria de Obras que conheci Dulce, incansável cuidadora da Biblioteca, sempre buscando documentos e livros para que fizéssemos o melhor em nosso trabalho público. Amorosa como José, estava ali, a pessoa que mais tarde seria sua companheira. Doce como seu nome, fiquei feliz quando soube que estavam unidos.</span></p><p align="right"><span style="font-size:85%;">Registro um dos encontros mais próximos: quando ele apoiou a Academia Literária Feminina para que se tornasse patrimônio histórico. Sua única hora disponível? a do almoço. Sim, podem pedir sim, foi categórico. Aqui está o registro histórico de muitas escritoras que tiveram que romper o paradigma da eterna dona de casa. A luta daquelas mulheres que, no máximo, podiam exercer o magistério, argumentou. Visitou o prédio na rua Sarmento Leite, reuniu-se com a direção e tentou-se um concurso público com o apoio do IAB-RS.</span></p><p align="right"><span style="font-size:85%;">Albano sempre se fazia presente quando, o objetivo, eram as lutas legítimas dos arquitetos. Mas estaria também ao lado de qualquer batalha que tivesse, em sua base, a valorização do ser humano e do que lhe cabe.<br />Hábil articulador, esteve na direção do CREA-RS, no CONFEA, nos muitos encontros de Arquitetura e Urbanismo, lutando pelo nosso conselho - o CAU, pela legislação justa, pela ética profissional.</span></p><p align="right"><span style="font-size:85%;">Sempre de braços abertos para o novo e para o passado. Firme e claro assim como seu olhar e o seu aperto de mão: o de um homem bom-senso, com H.<br />Em 2003, encontrei-o em Passo Fundo, quando participamos da Oficina de Acessibilidade proposta no evento. Andamos de cadeira de rodas com alunos e colegas professores, conscientes da importância dos ambientes na inclusão dos portadores de deficiências, cidadãos.</span></p><p align="right"><span style="font-size:85%;">Na última vez que o vi, percebi suas sobrancelhas muito brancas. Achei-o de um cor que não gosto de perceber nos meus amigos antes de partirem. Ele estava animado ao iniciar outro movimento em sua vida: a Direção da Faculdade de Arquitetura da UFRGS. E não o vi mais desde lá.</span></p><p align="right"><span style="font-size:85%;">Com enorme tristeza, soube de sua partida. Na hora, o caixão fechado. Muitos momentos que trabalhamos juntos rolavam em minha memória, mas eu não conseguia mais lembrar do seu rosto! Que agonia! Lembrava do seu aperto de mão, afável, do porte, da sua forma de ser cordial movendo sua cabeça e dizendo - vamos, vamos fazer! - mas sua face se esfumaçara. </span></p><p align="right"><span style="font-size:85%;">José Albano Volkmer deixa um legado de postura profissional e humana: respeitabilidade, dedicação, esperança e fé incondicional nas pessoas. Uma lacuna que não há como preencher. Ficamos um pouco mais órfãos. Tão necessitados que estamos de rotas iluminadas! </span></p><p align="right"><span style="font-size:85%;">Muito obrigada, José! </span><br /><span style="font-size:85%;"></span><br /><span style="font-size:85%;">escrito por <span style="color:#990000;">MARILICE COSTI</span> </span><br /><span style="font-size:85%;"><a href="http://www.sanaarquitetura.arq.br/">http://www.sanaarquitetura.arq.br</a></span> </p>Marilice Costihttp://www.blogger.com/profile/17067811056230237827noreply@blogger.com3